domingo, 5 de julho de 2015

Auto-retrato

Meus poemas estão cada vez piores
Perdendo o som e a harmonia
ladrem loucos em ruas vazias

Talvez sejam meu espelho
envelhecido e sem cabelos
ganhando peso e afasia

Ou talvez como a criança
sem a infância, a poesia
também se perca no escuro

Não. Em pedra fria
também se colhe.
Milharal seco também abriga.

No ódio e na bile
na apatia e na azia
rascunho uma epopéia paulista.

A line of sun in Winterland.

It's a strange dream of glory
and untold stories
A basket full of stars
inside a hollow egg

And the sun above us
in complete dismay
My cock hurts when you come
It's summer and I nurture the pain.

Dracônico

Pelas ventas o fogaréu
rebate o breu da noite
iluminando num açoite
a mata densa escura

Espumo brasa em fúria
Qual cão uivando à lua
expulso para a rua
minha negra alma espúria