domingo, 30 de novembro de 2008

Fábula

Escrevi um escrito
sem escrever o escopo
há som neste restrito
e um pouco de Esopo.

Quando a raposa faceira
procura pelas verdes uvas 
o sorriso da rameira
é o verão das chuvas.

Um comentário:

Fernando Cordeiro disse...

A primeira estrofe é interessante porque vc se utiliza da sua habitual aliteração e assonâncias e coisa e tal, mas denuncia esse próprio uso, além disso há um contraponto inusual entre o que se fala que há e o que de fato há nessa estrofe que é a questão do Esopo que só se inscreve com a referência, mas que, contudo, vc também denuncia ("sem escrever o escopo"). Legal.
A segunda estrofe eu diria que é mais lírica. Se constrói numa imagem um tanto quando maliciosa, embora bastante perspicaz...
Agora que parei com tempo gostei um pouco mais do poema