Hoje acordei
e minha boca havia sumido
Só me restou
este velho poema puído
Neste poema
que é como um divórcio
não é bonito
mas infinito em seu ócio
Encontrei
Enleada na folha muída
nova boca
de nada imbuída.
domingo, 27 de junho de 2010
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Ontológico
Gosto dos desejos azuis
que flutuam
na minha consciência negra
Véu branco de noiva
ou cortina do palco
são gaiolas para os pássaros
que flutuam
na minha consciência negra
Véu branco de noiva
ou cortina do palco
são gaiolas para os pássaros
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Fábula Pós-Moderna
I
Um gato olha um espelho
No silêncio do escuro
seu olho cravo no velho
pretérito do futuro
II
Uma mão desce o ferrolho
Duma porta para o dia
O aceso enfado d'olho
noutro espelho parodia
Um gato olha um espelho
No silêncio do escuro
seu olho cravo no velho
pretérito do futuro
II
Uma mão desce o ferrolho
Duma porta para o dia
O aceso enfado d'olho
noutro espelho parodia
terça-feira, 22 de junho de 2010
Sonhos
Morena pequena
pequena morena
pequena
Tua saia rodada
teu sorriso gostoso
morena
pequena
Teus olhos risonhos
Me distorcem
nos sonhos
morena
pequena
pequena morena
pequena
Tua saia rodada
teu sorriso gostoso
morena
pequena
Teus olhos risonhos
Me distorcem
nos sonhos
morena
pequena
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Vinum veritas est?
Os poemas para o cânone
são como o vinho para um conoisseur.
Quando jovens são
por demasiado
incompletos
Falta a consistência do selo de garantia.
Quando velhos
exilados em seus barris de carvalho
amadurecidos pelos anos
são néctar
ambrosia
provada em cristal.
Mas a incerteza é a mãe
da pergunta infiel:
Qual é a medida da idade
para um gordo conosseiur
que não quer tomar sangria
não se engasgar com vinagre?
são como o vinho para um conoisseur.
Quando jovens são
por demasiado
incompletos
Falta a consistência do selo de garantia.
Quando velhos
exilados em seus barris de carvalho
amadurecidos pelos anos
são néctar
ambrosia
provada em cristal.
Mas a incerteza é a mãe
da pergunta infiel:
Qual é a medida da idade
para um gordo conosseiur
que não quer tomar sangria
não se engasgar com vinagre?
terça-feira, 15 de junho de 2010
Poesia encaminhada
I
Uma mão caminha
e crê
um próprio caminho
no caminhar
que se recria.
II
Na estrada branca
se encontram
Todos os versos
se encontram
Todos os versos
imcompletos
em completa exatidão.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Da Inominada
Hoje vivo
Numa estrada incompleta
caminho perdido
choro de esteta
Amanhã morto
Numa suja encruzilhada
estranho sofrêgo
gozo de fachada
Numa estrada incompleta
caminho perdido
choro de esteta
Amanhã morto
Numa suja encruzilhada
estranho sofrêgo
gozo de fachada
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